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sexta-feira, 19 de outubro de 2012
A história de Sofia
e você se chama Sofia, ou tem alguém querido com esse nome, por favor,
não fique chateado comigo, mas a Sofia em questão aqui é uma cachorrinha
que mora no pátio lá de casa.
Sofia é uma mistura de alguma coisa com coisa nenhuma. Quando ela
chegou, bem pequena, ela parecia uma bolinha de tênis amarelinha assim,
felpudinha, e foi trazida pra fazer companhia pra Brigitte.
A Brigitte, uma outra vira-lata que por sua vez, havia sido recolhida a
mais tempo da rua. Muito doente, raquítica, a cachorra mais magrinha que
eu já vi.
Devo dizer que apesar dos nomes de artistas de cinema nos dois casos,
isso só foi coincidência. Mas eu tenho certeza que a Brigitte Bardot dá
do seu interesse pelos animais e até fica feliz de ter uma chará como a
Brigitte, uma cadelinha que sabe ficar na dela como ninguém, ela se quer
late pra não incomodar o dono.
Mas eu contava da Sofia. Cadelinha acostumada a fagos diários, ela, até
onde eu sei, é o único cachorro que ronrona feito um gato. Basta dar-lhe
uma coçadinha na barriga, pode ser com o pé mesmo que ela não é
exigente.
Ultimamente, porém, ela tem andado triste. Muito triste, aliás. É que há
alguns meses nasceu a minha filha, e a Sofia, eu confesso, ela foi
deixada um pouquinho de lado.
A Brigitte não se importa muito não, ela se acha no lucro. Casinha,
ração, água, um ossinho do churrasco e passarinho pra correr atrás. E
tudo isso vem com um bônus extra, uma vez que a vida dela esteve por um
fio.
Mas a Sofia... Nesse último fim de semana, ela apresentou um olhar
cabisbaixo, orelhas no chão, coisa de cortar a alma. Lembrei de um livro
que li quando criança, “Coração de Vidro”, de José Mauro de
Vasconcelos. Nele os bichos sofriam com a indiferença ou a maldade dos
donos. Eu recordo bem esse sofrimento que senti, e também de algo que me
intrigou.
“O coração de vidro do título era a respeito dos bichos, e representava
como esse coração era frágil, quebrável? Ou era a respeito de nós,
humanos, de como podemos ficar impermeáveis a certas emoções?”
Olhei pro lado, no chão, e a minha filha de nove meses se divertia
colocando a mão na boca da Sofia, puxando-lhe as orelhas, apertando-lhe o
nariz... E a Sofia nem pensava em uma pequena vingança, num
arranhãozinho, uma mordidinha, quem sabe. Apenas olhava pra mim. Não era
um olhar ressentido, muito menos desafiador, era apenas um olhar de
saudade.
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